PÊLO CURTO BRASILEIRO



Acompanhe os gatos da vez. O Oriental, desenvolvido na Europa e dono de um visual estilizado. E o Pêlo Curto Brasileiro, única raça felina do País reconhecida internacionalmente

 

A raça norte-americana conhecida por American Shorthair nasceu dos gatos de rua dos Estados Unidos. A britânica British Shorthair, dos gatos de rua da Grã-Bretanha. A européia European, também chamada de Keltic, veio dos gatos de rua de certos países da Europa. Haveria nos gatos de rua do Brasil potencial para o desenvolvimento de uma raça felina nacional? Essa era a questão que em meados da década de 80 inquietava o estudioso da gatofilia Paulo Ruschi. E a fim de desvendá-la foi iniciado em 1985 um estudo a respeito dos gatos de rua do Rio de Janeiro, Porto Alegre e Fortaleza, cidades escolhidas por representarem a diversidade climática do País. A conclusão, tomada naquele mesmo ano, era de que havia semelhanças físicas consideráveis entre os gatos das diferentes regiões e, portanto, seria viável trabalhar no sentido de oficializá-los como raça. Seu nome: Pêlo Curto Brasileiro. O primeiro padrão descrevendo suas características ideais foi redigido em 1986. Mas até então as entidades nacionais do segmento, nas quais seria natural pleitear o reconhecimento da nova raça, eram todas filiadas a organizações internacionais. Isso não seria um entrave caso elas não fossem obrigadas a seguir as regras do exterior. Por tais regras, dificilmente o Pêlo Curto Brasileiro seria aceito, já que apresentava similaridades com outras raças já reconhecidas, a exemplo do European. Ruschi, na época secretário do Clube Brasileiro do Gato no Rio de Janeiro, órgão filiado a Federação Felina Européia (Fife), optou por fundar novas associações de âmbito nacional, que, livres da filosofia estrangeira e motivadas a aprimorar uma raça brasileira, poderiam acolher o gato verde-amarelo. Ainda em 1986, o idealizador do Pêlo Curto Brasileiro fundou um clube local no Rio de Janeiro. Poucos meses depois, também participou da inauguração de uma entidade federativa que pudesse congregar clubes locais de todo País. Nascia a Federação Brasileira do Gato (FBG). Foi ela que passou a emitir o Registro Inicial (uma espécie de pedigree concedido, entre outros casos, para raças em formação) para exemplares de rua que se enquadrassem ao padrão.
Os primeiros passos para a produção de uma raça genuinamente brasileira haviam sido dados. Mas o desafio estava só começando. O número de criadores era restrito. O gato nacional, dono de um tipo comum e facilmente encontrado nas ruas, não tinha valor comercial. Para completar, quem se engajava no projeto de criá-lo, logo descobria que, apesar da aparência comum, os gatos freqüentemente não geravam descendentes com físico fiel ao padrão. Na tentativa de ampliar o interesse pela raça, foram fundados novos clubes locais filiados à FBG.



PASSO MAIOR

 
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