POR QUE É BOM TER GATOS DE
RAÇA?
Optar por um gato com pureza racial garantida tem
muitos pontos positivos. Fique por dentro
Quem está de olho na Gatofilia
sabe: o seu crescimento é mundial e cada vez mais expressivo. Cães
& Cia já publicou duas grandes reportagens a respeito. Nelas,
um fator principal era apontado pelos especialistas para justificar o contínuo
aumento do número de pessoas que optam pela companhia do Gato: sua
enorme capacidade de adaptação à forma de vida nas
grandes cidades. Em outras palavras, ele se adequa com louvor às
exigências do mundo moderno, impostas à maioria da população.
Não requer muitos cuidados e tende a se acostumar com facilidade a
ambientes pequenos e a donos ocupados e pouco disponíveis. Nos
Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Itália, o
resultado desse atributo significou para o Gato a conquista do título
de bicho de estimação mais popular, superando em quantidade
o cachorro.
GATOS DE RAÇA
Mas, se por um lado é inegável
o grande crescimento da Gatofilia mundial, a obtenção de
gatos de raça - ainda que também cresça - é
bem pouco representativa. Quem, de fato, domina a situação são
os exemplares sem raça definida, os popularmente chamados de "vira-latas".
Em segundo lugar, são aqueles que fisicamente parecem com alguma raça
mas não possuem registros. Esses últimos, numa análise
mais profunda e aos olhos das entidades oficiais, também são
tidos como gatos sem raça definida. Afinal, não há
registros confiáveis atestando a pureza rácica de seus
ancestrais. Só para ter uma idéia, no ano passado, segundo
os dados da maior entidade protecionista dos EUA, a Humane Society, os
gatos de estimação com pedigree representavam apenas de 5% a
10% do total de exemplares domicilia-dos em lares norte-americanos;
enquanto para os cães esse número atingia cerca de 55%.
Na Europa, o fenômeno é
semelhante. "Ainda que venham se popularizando, os gatos de raça
representam uma minoria entre os europeus, e bastante gente nem sabe que
eles existem", conta a presidente da Federação
Internacional Felina (Fife), Alva Udin, da Suécia.
No Brasil,
onde os hobbies ligados a animais de estimação costumam ser
menos desenvolvidos do que no exterior, a situação é
previsível.
"Mesmo que a procura por gatos com pedigree
esteja crescendo e o hobby que gira em torno deles também, é
fato que a grande maioria das pessoas nem sequer conhece o universo dos
gatos de raça", comenta a fundadora do Clube Brasileiro do
Gato, Anne Marie Gasnier. "Aqui, onde a cultura de ter gatos como
bichos de estimação já não é tão
grande como no exterior, pode-se imaginar o quão restrita é
a presença dos exemplares de raça", analisa o diretor
genealógico da Fife no Brasil, José Clóvis do Prado Júnior
As Causas e a
Garantia Racial
DIREITOS
Filhotes de pais com pedigree têm direito a
pedigree (veja como obtê-lo no
quadro As Entidades Gatófilas no Brasil). E gatos com
pedigree têm direito a participar de competições de
beleza nas categorias de maior relevância, como aquelas em que
exemplares de raças diferentes competem entre si pelos prêmios
de melhor da exposição. Nelas, os exemplares ganhadores
valorizam tanto a si próprios como aos seus descendentes. "Quem
tem um bom Gato de raça, com prêmios em exposições,
só costuma acasalá-lo com outros de qualidade e que combinem
com o seu", diz a ex-presidente do Clube Brasileiro do Gato, Marisa
Paes Mana. "Assim, costuma-se aprimorar a ninhada e, conseqüentemente,
valorizá-la."
Quem chega a essa fase é porque, tudo indica, foi
fisgado inteiramente pelo hobby dos gatos de pedigree. Torna-se parte da
rotina freqüentar exposições, selecionar acasalamentos,
esperar ansio-samente para checar a qualidade dos filhotes e, enfim,
trabalhar pelo aprimoramento e pela divulgação de uma ou
algumas raças. Atividades essas nas quais o pedigree é
essencial para que sejam exercidas com plenitude. "Ir a exposições
é muito bacana, é um passeio agradável, a gente faz
novas amizades, aprende com juízes e criadores mais antigos e, é
claro, vibra quando ganha, lamenta quando perde", ilustra Marcia. "É
uma recompensa constatar que aquele filhote que vislumbramos antes de
nascer, de fato, está se destacando nas exposições",
diz Roselene. "Para mim, iniciar uma criação séria
de gatos foi gratificante", fala Fabio Lasalvia, que há quatro
anos deixou de se dedicar aos cães para criar Himalaia e Persa. "Gosto
de planejar os acasalamentos, de cuidar dos filhotes, de vê-los se
desenvolvendo", completa ele.
Para todas essas pessoas, associar-se a uma entidade
felina (veja quadro As Entidades Gatófilas
no Brasil) foi um ca minho natural. E tinha mesmo de ser. As
entidades são grandes prestadoras de serviço ao criador e
também ao proprietário de gatos de raça. Além
de registrarem ninhadas, fornecerem pedigrees e oficializarem a abertura
de gatis, elas podem ser úteis em vários outros momentos. E
quem é sócio tem desconto em tudo. "As entidades dão
dicas de cruzamento, de seleção genética, de como
montar um bom gatil, além de recomendarem criadores do Brasil e do
mundo e de publicarem informativos, divulgando palestras, cursos e exposições",
detalha Áurea Sellan, secretária e diretora da Cat Fanciers
Association, do Brasil. "Filiar-me ao clube foi importantíssimo,
comecei a ter acesso a muitas informações úteis que
antes eu não tinha como descobrir", atesta Roselene.
"Já fui a várias palestras e, sempre
que precisei, recebi indicação de outros criadores de Persa
para acasalar com os meus gatos", exemplifica ela. Outro que se
beneficiou com os serviços de uma entidade felina foi Fabio.
"O
clube me ajudou a encontrar parceiros para a minha primeira fêmea e,
depois, forneceu-me uma lista de criadores estrangeiros para eu importar
alguns exemplares", lembra ele.
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