PROBLEMAS
COM A CAIXA DE AREIA
O
gato precisa de um lugar silencioso e calmo para urinar e defecar.
"Se você mudar a caixa de lugar, o gato pode fazer as necessidades
no lugar em que estava acostumado", observa a criadora Anne-Marie Gasnier.
Reações mais freqüentes: Urinar e defecar fora do lugar,
soltar pêlos, vocalizar excessivamente.
O que fazer: Se quiser mudar o lugar da caixa de areia, faça aos poucos,
movendo-a uma pequena distância a cada dia, até chegar no novo
lugar.
"É importante reservar um lugar seguro, sob uma mesa, num canto
não utilizado ou num abrigo, pois esse é um momento em que o gato
quer ficar reservado", diz o inglês Peter Neville.
Lembre-se: a areia precisa ser de boa qualidade e limpa pelo menos diariamente,
caso contrário o gato ficará estressado, miando muito e podendo
fazer suas necessidades fora da caixa. Gatos gostam de ter suas fezes escondidas
- o que é impossível quando a caixa está suja.
COMER
JUNTO COM OUTROS GATOS
Quem
tem mais de um gato em casa pode sentir ou não algum conflito na hora
de oferecer o alimento.
Há risco de um dos gatos deixar de se alimentar ou comer menos que os
outros. Norma dispõe de uma cumbuca para cada uma de suas seis gatas,
mas ainda assim precisa separar uma delas, mais agressiva, na hora de comer,
senão ela bufa para as outras que, em conseqüência, comem
menos.
Leonora Wolter se lembra de uma gatinha sem raça definida arisca que
adotou e que costumava bufar para todos que se aproximavam da cumbuca dela.
"Com o passar do tempo, acho que a gata percebeu que ninguém iria
roubar sua comida e ficou mais calma", conta.
Reações
mais freqüentes: Agressividade ou deixar de comer.
O que fazer: O comportamentalista Alexandre Rossi explica que gatos podem ameaçar
outros gatos só com o olhar ou mesmo com a presença junto ao prato
de comida.
O ameaçado come menos. "É bom que o lugar para dormir, o
de comer e o de fazer xixi fiquem dispostos de tal maneira que, enquanto um
gato come, não seja vigiado por outro gato que está na cama, garantindo,
assim a privacidade deles".
A
importância da socialização
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Um gato acostumado
desde muito pequeno a outros gatos, pessoas, barulhos e ambientes diferentes
será um adulto mais aberto a novas amizades e experiências.
"Diversas atitudes que o gato tem com o ser humano são reflexos
de suas relações enquanto filhote", explica o pesquisador
Carlos Alberts, da Unesp.
A socialização gradativa deve acontecer bem cedo, entre os
10 primeiros dias e a sétima semana de vida, que é quando
o gatinho termina de desenvolver seu instinto de caça e também
o medo de animais, como dos cães.
É a hora de pegá-lo no colo (com muito cuidado), massageá-lo,
apresentá-lo a todos da família (inclusive cachorros e outros
bichos) e aos barulhos da casa. A partir da sétima semana, essa socialização
gradual é mais difícil.
Veja como acontece o desenvolvimento do gato, do nascimento ao primeiro
ano de vida. |
Do
nascimento aos 10 dias de vida
Indefeso, o gatinho só quer comer e ficar aquecido.
Entre 10 e 14 dias
Olhos e orelhas se abrem, os primeiros dentes aparecem e ele já fica
em pé e anda. É a hora de mostrar a ele novos sons e de fazer
carinhos delicados.
Entre a 2ª e a 7ª semanas
Esta é a fase mais importante da socialização, quando o
gato deve vivenciar experiências boas com pessoas, outros gatos, outros
bichos, sons, objetos e odores. A partir da 3ª semana, o gatinho
já evacua sem ajuda da mãe. Na 4ª semana, ele começa
a cavar superfícies de terra ou areia, como fará depois em sua
caixa sanitária.
Também nessa fase começa a mostrar suas habilidades predatórias.
14ª semana
O gato já pula, corre e escala com eficiência, mas ainda está
em desenvolvimento.
Entre o 6º e o 12º mês
O gato atinge
a maturidade sexual e, por conseqüência, pode começar a demarcação
do território
ADQUIRIR
UM NOVO GATO
Quando
a filhote Magali chegou, Luisa Almeida a trouxe para dormir em seu quarto. A
gata Tina, que tinha 12 anos, também dormia no quarto, e não gostou
da idéia.
Parou de brincar e na hora de dormir ia para a lavanderia e ficava encolhida
num canto úmido, onde nunca ficara antes, com claro sintoma de depressão.
A socialização foi lenta, mas bem-sucedida. As duas gatas convivem
bem hoje.
Diferentemente
do que aconteceu com a jornalista Cristina Zahar, que tentou tornar companheira
para a gata dela uma gata adulta resgatada da rua por seu pai.
"Foram 20 dias de rosnados e estresses mútuos, brigas de arrancar
pêlo, muitas de madrugada debaixo da minha cama.
" Resultado: Cristina devolveu a gata para o pai, e a gata que já
vivia com ela voltou a brincar e a se alegrar.
Reações mais freqüentes: Urinar e defecar fora do
lugar, demonstrar agressividade, soltar pêlos, deixar de comer, esconder-se,
tentar fugir.
O que fazer: "O gato não é de uma espécie que está
sempre disposta a dividir", explica o inglês Peter Neville.
"Alguns gatos se dão bem com quase todos os outros gatos, outros
odeiam todos, e provavelmente a maioria é razoavelmente tolerante mas
não muito amigável com gatos estranhos.
É uma questão individual. Se os dois não parecem se tolerar,
é melhor não forçar a relação".
O veterinário e etólogo Mauro Lantzman avisa que a entrada de
um novo gato implica na diminuição do território individual,
o que pode estabelecer uma situação de estresse e conflito.
"Há necessidade de reformular a distribuição do
espaço de dormir e de comer, além de aumentar o número
de caixas de areia, lembrando que a área ideal para cada gato é
de 80 a 100 metros quadrados", orienta Mauro.
"É melhor que quem pensa em ter mais de um gato adquira mais de
um logo no início, mas isso não servirá de prevenção
de conflitos caso seja adquirido outro gato no futuro."
OUVIR
BARULHOS INTENSOS
Fim
de campeonato de futebol e réveillon são uma tortura para as
seis gatas de Norma: é época de rojões.
"Elas se encolhem, andam abaixadinhas, desesperadas, e, quando ameaça
uma chuva forte, com trovões, fecho as cortinas para que elas não
vejam", relata. Outro ruído clássico que incomoda enormemente
os gatos é o aspirador de pó.
"Dia de faxina é terrorismo com as gatas: começa
com a máquina de lavar, que as deixa inquietas; depois, o aspirador,
que provoca o pânico completo", conta Luiz Maciel.
"A minha gatinha arisca sem raça definida furou toda a minha mão
quando tentei secá-la com um secador de cabelo", lembra Leonora
Wolter.
Reações mais freqüentes: Esconder-se, soltar pêlos,
demonstrar agressividade.
O que fazer: Deixar os esconderijos acessíveis é um bom começo. Quanto
ao aspirador de pó, o inglês Peter Neville aconselha uma educação
gradual ao barulho.
Grava-se o som do aspirador e coloca-se bem baixinho para o gato ouvir enquanto
estiver distraído com algo que gosta, como comer, brincar ou receber
carinho.
"Aumente o volume gradualmente a cada exposição, não
indo muito rapidamente para não assustá-lo, e não esconda
o aspirador de pó: deixe-o num lugar para o gato poder vê-lo e
cheirá-lo quando desligado", explica Neville.
Outro conselho, de Alexandre Rossi, é colocar a fonte de barulho num
ambiente vizinho ao do gato, fechado por um porta, e deixar que o barulho aconteça
numa hora em que ele esteja comendo ou brincando. "A alimentação
é sempre um boa hora para dessensibilizar o gato".
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